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au revoir, Brésil

au plus tard, j´espere que c´est pas plus plus tard, mais... je ne sais pas.

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quanta vida pode caber em papéis? ingressos de shows, flyers de festas, anotações, pequenas listas de coisas para fazer (porque eu nunca, nunca, nunca aprendi a usar agenda), cartas de amor pela metade, cartas de amor inteiras que não foram - ainda bem - entregues, bilhetes, boletins assinados, provas, trabalhos, as etapas da minha monografia...etc. só agora que me toquei que realmente estou deixando minha casa, meu quarto, meu armário, meus cadernos velhos, minhas agendas, meus amigos, tudo. já estou em um processo de despedida há tanto tempo que não parecia mais que a despedida vinha de fato com a ausência, com o deixar-pra-trás. agora é hora de deixar pra trás. e agora? o que eu vou fazer com o agora agora? o agora daqui uma semana será melhor que o agora? certo que será menos bagunçado... aliás... será que vai ser menos bagunçado?

somente hoje fui achar novamente um livro da Clarice Lispector que foi tirado de mim no momento certo, por ser o mais depressivo. eis meu primeiro grifo (já no primeiro capítulo): "Tenho um pouco de medo: medo ainda de me entregar pois o próximo instante é o desconhecido. O próximo instante é feito por mim? ou se faz sozinho? Fazemo-lo juntos com a respiração. E com uma desenvoltura de toureiro na arena."

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"eu entendo q vc esteja tendo prblmas agora e q suas indagacoes estejam crescendo cda vez mais, no fim tdo tende a ficar bem, msm na solidao profunda dessas cidades cinzas de merda. eu lembro da parte do filme q vc falou mas acho que n vamos ficar assim tao cedo e vc, o q acha?"


*ultimamente, as conversas mais profundas que tenho tido são com pessoas que moram há mil anos luz daqui. todas entre e-mails corridos com fusos horários completamente diferentes.

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"Mas dirás assim, por exemplo, como você sabe, sim como você sabe, a gente, as pessoas, infelizmente têm, temos, essa coisa, emoções, mas te deténs, infelizmente? o outro talvez perguntaria por que infelizmente? então dirás rápido, para não desviar-te demasiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções."



Caio sempre me dá saudade da Marina e das nossas conversas sem fundamento nenhum

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descobri, depois de horas e horas a fio, que estou num limbo passado-futuro. o presente, dentro do tal limbo, é a coisa mais insignificante do universo, podendo até, em vários momentos, não existir. o meu limbo tem não sei quantos metros quadrados porque sou péssima em matemática, mas enfim, ele é físico e mental, portanto, o espaço não é lá uma das coisas mais importantes. no espaço físico há um mural com muitas fotos, uma tv, uma estante com muitos livros (alguns no chão) e duas camas de solteiro (em uma eu, laptop, livros - na outra playstation, mochila, cd´s, livros, hd externo, bolsa, câmera fotográfica... etc). no espaço mental há uma nostalgia literária acompanhada com umas teorias linguísticas e muitos momentos, cheiros, sensações... há algumas conversas que eu recordo - umas por completo, outras em pedaços, há milhões e milhões de sons - o barulho do mar, barulho do vento, barulho das estrelas da chapada, das cachoeiras, risadas... bom, há também uma imensa neblina na passagem para o futuro que me impede de ver nada. então eu espero. eu espro que eu consiga um dia poder imaginar alguma coisa para converter em realidade. eu espero.

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não há tempo que volte, amor

vamos viver tudo que há pra viver

vamos nos permitir...


*frases clichês de músicas antigas fazem os meus momentos atuais.

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agora estou vendo mais filme do que nunca, esse estado de procrastinação forçada faz com que eu veja, pelo menos, 5 filmes por dia. é claro que eu nunca lembro o nome e várias vezes as histórias se confundem, mas... aí vão alguns que eu lembro:

Por que choram os homens: Muito bom! Melhor filme que vi nos últimos dias. História de uma judia russa que é mandada para a Inglaterra pelo seu pai e depois acaba indo para a França cantar em um cabaret, mas os nazistas mudam um pouco seu rumo. Enfim, com Cate Blanchett, Christina Ricci e Johnny Depp.

Meu Namorado Pupkin: é meio idiota, mas é legalzinho. Também com a Christina Ricci, ela é uma dessas meninas populares da escola e, para conseguir levantar a sua moral, resolve treinar uns atletas deficientes e acaba se apaixonando por um dos garotos.

Orgulho e Preconceito: Olha, já vi algumas vezes e veria outras mais nem que fosse só pelas paisagens que aparecem com típico fog inglês embelezando-as muito mais. Queria ler o livro só para ver o quão mais são pesadas as palavras do título que estão veemente incrustradas em todos os personagens. Elenco: Judi Dench (adoro!) e Keira Knightley.

Na Natureza Selvagem: o filme é dirigido por Sean Penn e conta a história real de um garoto que resolve fugir de todas as imposições do mundo moderno e parte rumo ao Alasca. Reza a lenda de que a reconstrução da viagem do menino foi feita através de cartas que ele mandava e pessoas que cruzaram com ele pelo caminho. Um breve romance que aconteceu entre ele e uma menina não aconteceu de fato, foi ali colocado só para florear.

O Coração dos Homens 2: filme francês que mostra as relações conjugais (e extra conjugais) de quatro amigos. Tem um humor bastante interessante, principalmente do amigo mais velho, que, para mim, é o personagem mais interessante.

Mandela: Luta Pela Liberdade: Um carcereiro muda para uma ilha para cuidar de Mandela e vai se envolvendo com ele aos poucos, até se tornar odiado pelos companheiros por tamanha intimidade com o político. Filme bastante interessante e muito louco se pensarmos no tempo em que ele se encontrou preso e no quanto o racismo tem uma força perigosa e assustadora.

Chat Bleu, Chat Noir: Compensa ver esse filme nem que seja somente pela cena em que a atriz principal, que faz um cabaret se tornar o principal point de Paris, faz um teste de câmera com um diretor polonês. O diretor coloca a atriz em um banquinho e pede para que ela expresse cada emoção que ele fala. Impagável. Melhor cena de cinema que vejo em vários anos.

Bom, é isso. Estou com preguiça de escrever mais.

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monografia: a arte de fazer em um dia o que você não fez o semestre todo

*eu até colocaria um trecho legal aqui do Goethe se não estivesse tãaaaaaao cansada dele, de traduzir, de tradução...



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Princesa Paola de Orleans e Bragança

A princesa Paola de Orleans e Bragança, tataraneta da Princesa Isabel e tetraneta de D. Pedro II, está chocada com o desaparecimento do vôo AF 447, da Air France, que ia do Rio de Janeiro a Paris. A preocupação com o estranho episódio aumentou quando a jovem ficou sabendo que seu primo príncipe Pedro Luis de Orleans e Bragança, quarto na linha sucessória do trono, estava ente os 58 passageiros brasileiros que embarcaram no avião.


quem??? o povo realmente gosta de uma tragédia, viu...


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eu fico besta de pensar no quanto perdi tempo nesse semestre, justo no que eu menos poderia. era para eu estar tranquila agora, fazendo pequenas correções... resultado: tenho que virar um artigo de hoje para amanhã e fazer os capítulos 2,3 e 4 da minha monografia em UMA SEMANA. :(


*Filme de hoje: Palácio Real - Francês - comédia engraçada, a meu ver é uma sátira pura da vida da Lady Di


*monografia: a arte do ctrl c + ctrl v

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Pourtant quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors?

(No entanto alguém me disse...
Que você ainda me ama,
Foi alguém que me disse
que você ainda me ama
Seria isto possível então?)




de todos os amores - quantos realmente morreram?

*momento brega Carla Bruni



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De acordo com a retórica clássica de Aristóteles, o discurso deve apresentar a seguinte
estrutura:
• A Inventio: encontro dos argumentos a serem desenvolvidos
• A Dispositio: organização desses argumentos
• A Elocutio: a apresentação em palavras ornamentadas, capazes de persuadir pela beleza da
estruturação
• A Actio: referente à encenação da linguagem
• A Memória: refere-se aos instrumentos necessários à performance do orador.


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ser uma pessoa só é entediante, ninguém quer isso. ao mesmo tempo, não há como fugir desse destino: nascemos somente com um corpo e com uma mente; mesmo que possamos modificá-los com o passar do tempo. talvez daí venha a necessidade de se relacionar com outros - o desejo de poder talvez, mesmo que não seja verdade, ter um outro corpo e outra mente para poder ver as coisas que já te entediam. possuir um outro corpo dá a falsa impressão de que realmente é uma extensão da nossa vida já tão enfadonha. também pelo mesmo motivo - e muitas vezes somente por ele - há tantos casais formados por pessoas totalmente diferentes: qual outra forma de fugir do seu cotidiano? bom...

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filme de hoje: slumdog millionaire (estou com preguiça de conferir a questão gramatical). ainda não sei exatamente o que dizer, não esperava muito, mas... é legal, muito mais pelo aspecto técnico do que a história em si, mesmo porque é muito difícil - senão impossível - juntar favelado+programa de auditório+primeiro e eterno amor e não virar uma coisa clichê e óbvia. juro que torci para ele perder o prêmio final; não tá querendo? dá pra galera, ajuda as "criança". preguiça. perdi 2 horas de monografia.

p.s: sim, é MUITO melhor do que qualquer romance americano.

p.s2: estou com preguiça de falar de fotografia e etc.. mas... nisso eles mandaram super bem.

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meu café tem cor de chá e gosto de açucar. eu não garanto muito o pão de queijo. eu desaprendi a fazer drinks por não beber e não ser tão fã assim. eu não sei cozinhar praticamente nada que envolva carne. eu não sei desenhar, pintar, recortar ou qualquer outra coisa artística feita com as mãos. eu não sei beber pinga, nunca aprendi. eu não sei fazer aquelas mímicas que as pessoas fazem tão bem quando jogam imagem e ação. eu não sei fazer uma só coisa ao mesmo tempo. eu não sei usar controles remotos. eu não sei começar a ler pelo começo, geralmente é pelo fim. eu não sei gritar. eu não sei andar de bicileta só com uma mão. eu não sei perder. eu não sei ganhar. nem amar eu sei.

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"Si Kafka fuera una mujer; si Rilke fuera una escritora brasileña judía nacida en Ucrania; si Rimbaud hubiera sido una madre, y hubiera llegado a cumplir cincuenta años, si Heidegger hubiera sido capaz de dejar de ser alemán… En este ambiente escribe Lispector" Hélène Cixious


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eu procuro um curso no Senac: como preencher o espaço 'assunto' no campo do e-mail

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se no meio do que você tá fazendo você pára... você continua lá parada, sem rumo e sem nenhuma direção. eu travei completamente, meu cerébro murchou para qualquer outra coisa que seja de fato útil para mim. eu queria ter duas cabeças. talvez ache alguma para alugar.

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eu preciso repeneirar. tudo muda sempre, não existe uma constante.

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chega de clarice lispector por hoje; a minha barra de pesquisa do google já tem todas as entradas possíveis relacioanadas a ela.

talvez eu devesse ficar um tempo sem falar com você, visto que te encho o saco todo o dia com as mesmas preocupações que não mudam nada e não levam a lugar algum. eu devia arrumar um jeito de ser menos insegura e menos preocupada. o problema é que quanto mais o tempo passa, mais eu me preocupo. daí eu me fodo. porque eu travo.

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hoje eu estava passando os canais e acabei parando em um reality show de uma mulher que tem uma academia e estava indo cortar o cabelo porque era o dia de lançar a marca dela e bla bla bla, enfim... ela estava conversando com o cabelereiro, falando da namorada... de repente ela fala que a mulher é muito louca e por isso ela ainda não pode pensar em ter filhos. ok, daí ela me solta um: ela é brasileira, o cara fala: ah! está aí a explicação. COMO ASSIM??? quer dizer que ser brasileira significa que você é uma louca sem noção que não pode ficar estável com ninguém normalmente? de onde saiu isso?

continuei a ver até que apareceu a mulher (a namorada brasileira, claro) que começou a dar em cima de um homem no meio da festa da outra para chamar a atenção e depois quase quebrou um copo jogando na cara da namorada... hehehehe... isso é o "elemento latino" - como eles disseram? nossa, se fosse assim no Brasil seria completamente impossível namorar. os clichês me cansam demais.

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filme de ontem/hoje: Meu namorado pumpkin. com a.. ai... com a... putz.. como é o nome dela? a Vandinha testuda... não lembro. Christina Ricci! (não vou olhar se está escrito certo porque estou com preguiça). o filme não é bom, definitivamente estou sem sorte.

são as águas de Março fechando o verão, é promessa de vida no seu coração... esse ano as águas de março resolveram vir só em Abril, não? A chuva não para de cair!

planejando aula para as "criança".

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Waiting for ... air diz:
ravissante, c'est pour une fille qui est tellement jolie
Waiting for ... air diz:
qu'elle nous rend content

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ah, filmes de ontem também: Guardiões do Dia. filme russo sobre vampiros. frito, frito, frito. ruim.

meet the fockers - pela milésima vez. acho que não existe um filme com o De Niro que eu não goste.
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tem alguma coisa me sacaneando feio. querem que eu desenvolva paciência de monge, só pode.

enquanto isso, completamente perdida em traduções, línguas, edições, tradures, etc.

filme de hoje: Dias Felizes - eu acho. Com a Ellen Pompeo (a Grey do Anatomy's). chato. filme sobre uma fraternidade que uns caras de 40-ou-algo-assim montam num campus. chato. todos os filmes do gênero são chatos. todas as vezes que tenho a sorte de pegar o começo de um filme é algo tosco assim. no canal brasil também estava começando um, nome: Jenipapo. pode? "esse filme contem cenas de nudez, sexo e bla bla bla", década de 70. sério?

filme de ontem: eu não lembro o nome, não lembro dos atores, mas era bom - comparado ao que tenho visto. algum filme sobre soldados que voltam da guerra e resolvem tacar fogo no amigo depois de esquartejá-lo, uma detetive vai resolver o caso e bla bla bla.

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Cada tradutor deve infalivelmente encontrar um dos dois escolhos seguintes: ele se limitará com demasiada exatidão, seja ao original, em detrimento do gosto e da língua de seu povo, seja à originalidade do seu povo, em detrimento da obra a ser traduzida...

Wilhem von Humbolt

(agora a coisa começou a ficar legal)


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filmes de ontem/hoje:

O Gângster: um negro acaba com toda a máfia italiana vendendo heroína que é trazida da Ásia através de aviões do exército que estão na guerra do Vietnã. É legal, acho que o melhor da noite.

Idéias Geniais Nerds Nem Tanto: com o bonitinho do Quase Famosos, ele escreve um livro frito que acaba sendo descoberto por uns nerds da faculdade

Menina Má.Com: ruim, bobinho. com a menina de Juno (Ellen Page)

Cinco Evas e um Adão: terrível! comédia romântica em que a mulher acha que o carinha é um assassino perigoso e descobre que ele é do FBI; perda de tempo.

Beijando Jéssica Stein: err... não sei.

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para não esquecer, filmes de hoje:

- patrão suicida (com o menino de quase famosos - filme frito bom, perdi o final)

- o leitor (legal, nada de muito impactante)

*vou tentar colocar todos os filmes que vejo aqui para depois poder lembrar

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O amor acaba

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

Texto extraído do livro "O amor acaba", Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro, 1999, pág. 21, organização e apresentação de Flávio Pinheiro.

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- Rejane Vieira - diz:
voce vai ficar com medo
- Rejane Vieira - diz:
e vai fugir
Uma valsa para Tereza diz:
naoooooooooooo
Uma valsa para Tereza diz:
jamais
- Rejane Vieira - diz:
siiiiiiiiim
Uma valsa para Tereza diz:
voce nao quer que eu dormo em paz
Uma valsa para Tereza diz:
- Rejane Vieira - diz:
voce vai achar que eu preciso de analise
- Rejane Vieira - diz:
claro que quero
Uma valsa para Tereza diz:
eu te adoro porque voce precisa de analise
- Rejane Vieira - diz:
hahahahahaha

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"quando você se aproxima o meu corpo sente". implora, se curva, retorce, clama, suplica, amolece, espalha, se exalta, adormece...

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aprender uma nova língua ou somente amaciar o sotaque?

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