quarta-feira, 28 de novembro de 2007

queria tomar um banho bem quente com aquele sabonete que ainda não consegui definir direito a cor, colocar um pijama bem largo, de seda branca, dormir e não acordar mais. queria um sono sereno que me desmaterializasse aos poucos, enquanto sobrasse alguma lembrança doce que iria se esvaindo sutilmente. eu sentiria uma sensação de levitação e iria me despregando de calendários, relógios, meses, remédios, papéis, filmes, ônibus... tudo iria passando por mim sem deixar resquícios, como quando ficamos vendo as passagens correrem pelo vidro do carro sem nada nos chamar atenção. eu realmente queria me livrar desse cansaço, dessa culpa, dessa saudade, solidão, descrença; queria que todo o sofrimento - do mundo e meu quanto um ser encaixada nele - sumisse calmamente enquanto durmo, enquanto viro conversas saudosas nas bocas de meus amigos, enquanto deixo meus livros, meus rabiscos, meus porres e meus poucos anos.
dezembro é um inferno. I-N-F-E-R-N-O!!!!!!!!!
um só mês consegue juntar aniversário, natal e reveillon.... ¬¬
são muitos dias com sorriso amarelo, eu não agüento.



saudade...

o lugar mais bonito onde eu estive até hoje.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Seqüência 3
Abrir a porta sem ruído, cuidado para que o metal da chave no metal da fechadura não grite agudo acordando os outros. Tira os sapatos, o corpo vacila, arrota, a mão vai roçando pela parede fria até o corrimão: dezenove degraus, anos de aprendizagem. Dentro do escuro, o retângulo mais claro da porta do banheiro. Acende a luz, mas não é necessário, luz cinza forte que vara as frestas. No espelho cabelos caindo, olhos inchados na cara branca, a culpa é deles que deixaram tudo torto assim ou é a gente mesmo que está envelhecendo sem achar outra coisa, hein, cara? Abrir o chuveiro, a água pinga gotas geladas contra os mosaicos do piso, harmonizando primeiro com as batidas do coração, depois com as contrações do estômago. Levanta a tampa cor-de-rosa da privada, num salto o estômago sobe até a garganta escura ardida de cigarros, de palavras, de cervejas. Apenas curva a parte superior do corpo, e vai caindo devagar, os braços enlaçando a louça colorida como se fosse o corpo de Sonia Braga, cabeça enfiada no vaso, dedo na garganta. Bem fundo — imaginar, imaginar—, bem fundo. Então vomita vomita vomita vomita vomita vomita vomita. Sete vezes, feito um ritual.
Amanhã tem mais.

Loucura, Chiclete e Som - Caio Fernando Abreu


*
o famoooooso "ritual-do-gorfo"

link para quem quiser ler na íntegra: http://semamorsoaloucura.blogspot.com/2007/07/loucura-chiclete-som.html

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

(...) mas não, não era assim, em casa um bode mas você saía e via as pessoas e daí esquecia, todo mundo numa boa, agora em casa é um bode, na rua é outro bode, na casa do teu amigo é mais um bode (...)

Loucura, Chiclete e Som - Caio Fernando Abreu
*Yonderboi - Even If You Are Victorious.mp3

pra Nívia, da coletânea Erotic Lounge.


legenda da foto: "ah, você tá de sacanagem..."

*minha mãe estava testando todos os jeitos possíveis de tirar foto com a câmera para ver como a imagem ficava melhor e a modelo tinha que ser eu, tem umas 15 fotos iguais a essa na mesma pasta.

*igreja de Bom Jesus da Lapa - tava rolando alguma comemoração católica, por isso a lotação.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

acho que gostar de ler vem um pouco da impossibilidade de abraçar o mundo inteiro com as suas mãos e dar uma boa espiada em tudo ao mesmo tempo; a minha vontade nasce daí. tendo conhecimento de que é impossível conhecer todas as pessoas, culturas, músicas, ambientes, etc. o que me resta é ler o quanto puder para tentar me sintonizar com outras formas de pensar, conseqüentemente, outras formas de viver.

(eu tô sem saco pra concluir meu raciocínio, na verdade eu deveria estar estudando o alfabeto fonético - um saaaaaaaaco).

domingo, 18 de novembro de 2007

- Rê Bordosa - diz:
conseguiu???
Marina diz:
tentando
- Rê Bordosa - diz:
e aí????
Marina diz:
uai
Marina diz:
tentando ainda
Marina diz:
ai dpeois ter q comprar gol ai
- Rê Bordosa - diz:
pra goiania?
Marina diz:
é
Marina diz:
o viagem q vai sair cara
Marina diz:
dava um tour na europa
- Rê Bordosa - diz:
vc vai me ver...
- Rê Bordosa - diz:
pra que europa??
Marina diz:
hahahahahhahahahah
Marina diz:
JAMAICA

Marina diz:
HAWAII
- Rê Bordosa - diz:
hehehehehehe
- Rê Bordosa - diz:
mas tudo sem mim
- Rê Bordosa - diz:
monótono
- Rê Bordosa - diz:
sem graça
Marina diz:
mas onde o ser vai
Marina diz:
GOIANIA

Marina diz:
ahhahahaha
- Rê Bordosa - diz:
kkkkkkkkkkkkkk
Marina diz:
é verdadew


=D
=D
=D
=D

*ê, lê lê... só isso pra salvar o ano.


*o melhor da amizade é a sinceridade; sempre.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

(...)As denúncias apresentadas à Comissão foram: inexistência de Plano de Carreira do Magistério; baixos salários dos professores ou utilização de recursos da parcela de 60% para outros fins; atraso de salários, pagamento fictício a professores ou retenção de desconto para outros fins como pagamento da habilitação; aplicação inferior a 60% dos recursos na remuneração do magistério em efetivo exercício no ensino fundamental; utilização de 60% para pagamento de professores de outros níveis de ensino ou desviados de função; aplicação dos recursos em despesas que não podem ser consideradas como de manutenção ou desenvolvimento do ensino; aquisição e manutenção de veículos alheios aos interesses do ensino ou utilização do veículo escolar para outros fins; cadastro fictício de alunos e/ou professores; inexistência ou inoperância do Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundef; falta de repasse de informações; procedimentos licitatórios suspeitos, superfaturamento de obras ou compras. (...)

*sabe aquela vontade profunda de ser professora? ela inexiste para o meu ser.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

hoje foi um dia de vários encontros inusitados para eu ficar aqui pesquisando sobre o FUNDEF.


*pode ser difícil encontrar o "apaixonado" no eixão, mas não é tão complicado assim quando você para pra tomar exatamente duas cervejas quando está saindo da aula.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

o problema, o grande problema, é que eu acho que já passei da fase de competir. aliás, minto. eu nunca tive a fase de competir, sempre preferi brincar sozinha. brincar sozinha fode com a sua vida quando você sente vontade de sentar no chão e chamar alguém para jogar alguma coisa de tabuleiro; querendo ou não, o jogo sempre vai ser chato. bom, talvez chato não seja a palavra certa; você não vai querer jogar conforme as regras ditadas no livrinho (mesmo porque você nunca leu) e a outra pessoa não vai nem um pouco com a cara das suas regras que você demorou anos para criar. eu desviei totalmente do que estava pensando em falar quando digitei a primeira frase; a verdade é essa: eu já passei da fase de competir, mesmo nunca tendo existido.
lendo a matéria sobre a "garota do metrô" e seu apaixonado fiquei imaginando quão difícil seria para a minha pessoa achar alguém no eixão de goiânia, principalmente nos horários em que eu o pego. daí você pensa, quantos amores são inventados ao longo da vida?

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

acredito ter perdido quase todas as minhas lembranças, o problema é que ainda não descobri se isso é uma coisa boa ou ruim. o rompimento definitivo do resto de laços que sobravam, a tão esperada indiferença diante de tal e tal pessoa; pra quê? cadê os pulinhos de felicidade que eu tanto pensei que daria? sobra um oco, um espaço com uma acústica perfeita embora haja somente uma ausência de som. o espaço será novamente preenchido com novas lembranças? das pessoas que passaram na minha vida (amorosamente falando - embora hoje soe irônico falar dessa forma) acho que lembro de umas 2 (detalhes: cor dos olhos, voz, abraço, etc), curiosamente não são nada recentes e acredito não ter mais vontade nenhuma de repetir o que está guardado no passado.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

deve ter algo muito estranho acontecendo quando você começa a se sentir assim. e é tudo por culpa sua.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

"Sofrer É desnecessário. Mas temos de sofrer antes de sermos capazes de perceber que
isto é assim mesmo. Somente então o verdadeiro significado do sofrimento humano fica claro. No
último momento desesperado - quando já não podemos sofrer mais! - algo acontece, com a
natureza de um milagre. A grande ferida aberta que vertia o sangue da vida se fecha, o
organismo floresce como uma roseira. Estamos "livres", por fim, e não "com saudades da
Rússia", mas com a ânsia de mais liberdade, de mais felicidade. A árvore da vida é
mantida viva não por meio de lágrimas, mas pelo conhecimento de que a liberdade é real e
perpétua."


....e, conseqüentemente, Henry Miller vem junto...

"Na manhã em que me levantei para começar este livro tossi. Algo estava a sair-me da garganta, a estrangular-me. Rasguei o cordão que o retinha e arranquei-o. Voltei para a cama e disse: Acabo de cuspir o coração."


Eis que Anaïs Nin volta à minha vida num dia chuvoso, acho que ela sempre apareceu em dias assim.


segunda-feira, 5 de novembro de 2007

o Erotic Lounge retornou à minha vida (embora de uma forma muito menos interessante do que deveria).

Morcheeba - Slow down

muuuuuuuito atrasada para o horário da fofoca.

sábado, 3 de novembro de 2007

por que é tão difícil encontrar textos do Cioran na internet? confesso que fico com preguiça de ler em inglês, o que é bem feio da minha parte visto que o vocabulário dele nem é tão complexo.

HOMEM, O ANIMAL INSONE

(E. M. Cioran)

Quem quer que tenha dito que o sono é o equivalente da esperança teve uma intuição penetrante da assustadora importância não só do sono mas também da insônia! A importância da insônia é tão colossal que sou tentado a definir o homem como sendo o animal que não pode dormir. Por que chamá-lo de animal racional, se há outros igualmente razoáveis? Mas não existe outro animal em toda a criação que queira dormir e não possa. O sono é esquecimento: o drama da vida, suas complicações e obsessões se desfazem completamente, e cada despertar é um novo começo, uma nova esperança. Assim a vida mantém uma agradável descontinuidade, a ilusão de uma permanente regeneração. A insônia, por sua vez, da à luz um sentimento de tristeza irrevogável, de desespero e agonia. O homem saudável – o animal – apenas chapinha na insônia: ele nada sabe sobre esses que dariam um reino por uma hora de sono inconsciente, esses que se horrorizam tanto diante de uma cama quanto diante de uma mesa de tortura. Há um vínculo estreito entre a insônia e o desespero. A perda da esperança vem com a perda do sono. A diferença entre o paraíso e o inferno: pode-se sempre dormir no paraíso, mas nunca no inferno. Deus puniu o homem tirando-lhe o sono e dando-lhe o conhecimento. Não é a privação do sono uma das torturas mais cruéis praticadas nas prisões? Os loucos sofrem enormemente com a insônia, daí as suas depressões, o seu desgosto com a vida, e os seus impulsos suicidas. Não é a sensação –típica das alucinações acordadas – de mergulhar num abismo uma forma de loucura? Os que cometem suicídio atirando-se de pontes para dentro dos rios ou de edifícios sobre os calçamentos, motiva-os por certo um desejo cego de cair e a atração ofuscante das profundezas abismais.

Minha alma é caos, como pode então ser? Tudo está em mim: procura e encontrarás. Sou um fóssil que data do princípio do mundo: nem todos os seus elementos cristalizaram completamente, o caos inicial ainda transparece. Sou a absoluta contradição, o clímax das antinomias, o último limite das tensões; em mim tudo é possível, pois sou aquele que no momento supremo, diante do nada absoluto, gargalhará.


*On the heights of despair – Tradução de Renato Suttana
*ouvindo Pet Sho Boys na minha rádio do Yahoo.
quarta passada, Athena:

- leeeeet´s make lots of money... lalalala
- você gosta de Pet Shop Boys?
- claro!
- nossa, você é a única menina que eu conheço que gosta
- eu tenho um lado muito gay.

sim, eu assumi; eu tenho um lado MUITO gay! (mas confesso não gostar tanto assim da Cher.... mentira!)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

sabe quando toca uma certa música em algum lugar que te leva para um momento único? ontem aconteceu isso. sim, foi com uma música extremamente tosca... mas... me deixou com saudades da minha "companhêra" fiel - ela tem que voltar logo para comprarmos nossa Kombi.

Arnaldo E Alexandre - Do Outro Lado Da Cidade Lyrics



Hoje eu vou voltar de madrugada,
Sei que ela vai brigar comigo,
Hoje o meu astral não tá com nada,
Vou beber cerveja com os amigos...

Ela não tem culpa dos meus erros,
Ela não conhece o meu passado,
Enquanto ela me abraça e me beija,
Meu coração está do outro lado...

Do outro lado da cidade tem,
Alguém que me deixa dividido,
Uma diz que sou um bom amante,
A outra diz que sou um bom marido...
Se eu pudesse ficar com as duas,
Não estaria neste embaraço,
Vou ter que fazer só uma feliz,
Porque eu não acho certo o que faço...
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