quarta-feira, 30 de setembro de 2009

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quanta vida pode caber em papéis? ingressos de shows, flyers de festas, anotações, pequenas listas de coisas para fazer (porque eu nunca, nunca, nunca aprendi a usar agenda), cartas de amor pela metade, cartas de amor inteiras que não foram - ainda bem - entregues, bilhetes, boletins assinados, provas, trabalhos, as etapas da minha monografia...etc. só agora que me toquei que realmente estou deixando minha casa, meu quarto, meu armário, meus cadernos velhos, minhas agendas, meus amigos, tudo. já estou em um processo de despedida há tanto tempo que não parecia mais que a despedida vinha de fato com a ausência, com o deixar-pra-trás. agora é hora de deixar pra trás. e agora? o que eu vou fazer com o agora agora? o agora daqui uma semana será melhor que o agora? certo que será menos bagunçado... aliás... será que vai ser menos bagunçado?

somente hoje fui achar novamente um livro da Clarice Lispector que foi tirado de mim no momento certo, por ser o mais depressivo. eis meu primeiro grifo (já no primeiro capítulo): "Tenho um pouco de medo: medo ainda de me entregar pois o próximo instante é o desconhecido. O próximo instante é feito por mim? ou se faz sozinho? Fazemo-lo juntos com a respiração. E com uma desenvoltura de toureiro na arena."

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

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"eu entendo q vc esteja tendo prblmas agora e q suas indagacoes estejam crescendo cda vez mais, no fim tdo tende a ficar bem, msm na solidao profunda dessas cidades cinzas de merda. eu lembro da parte do filme q vc falou mas acho que n vamos ficar assim tao cedo e vc, o q acha?"


*ultimamente, as conversas mais profundas que tenho tido são com pessoas que moram há mil anos luz daqui. todas entre e-mails corridos com fusos horários completamente diferentes.

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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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"Mas dirás assim, por exemplo, como você sabe, sim como você sabe, a gente, as pessoas, infelizmente têm, temos, essa coisa, emoções, mas te deténs, infelizmente? o outro talvez perguntaria por que infelizmente? então dirás rápido, para não desviar-te demasiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções."



Caio sempre me dá saudade da Marina e das nossas conversas sem fundamento nenhum

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

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descobri, depois de horas e horas a fio, que estou num limbo passado-futuro. o presente, dentro do tal limbo, é a coisa mais insignificante do universo, podendo até, em vários momentos, não existir. o meu limbo tem não sei quantos metros quadrados porque sou péssima em matemática, mas enfim, ele é físico e mental, portanto, o espaço não é lá uma das coisas mais importantes. no espaço físico há um mural com muitas fotos, uma tv, uma estante com muitos livros (alguns no chão) e duas camas de solteiro (em uma eu, laptop, livros - na outra playstation, mochila, cd´s, livros, hd externo, bolsa, câmera fotográfica... etc). no espaço mental há uma nostalgia literária acompanhada com umas teorias linguísticas e muitos momentos, cheiros, sensações... há algumas conversas que eu recordo - umas por completo, outras em pedaços, há milhões e milhões de sons - o barulho do mar, barulho do vento, barulho das estrelas da chapada, das cachoeiras, risadas... bom, há também uma imensa neblina na passagem para o futuro que me impede de ver nada. então eu espero. eu espro que eu consiga um dia poder imaginar alguma coisa para converter em realidade. eu espero.

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domingo, 13 de setembro de 2009

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não há tempo que volte, amor

vamos viver tudo que há pra viver

vamos nos permitir...


*frases clichês de músicas antigas fazem os meus momentos atuais.

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