domingo, 30 de setembro de 2007
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
terça-feira, 25 de setembro de 2007
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
(...)
Carlos Drummond de Andrade - Quero
sou obrigada a discordar do Drummond nesse poema, não consigo sequer imaginar o quão banal essa frase seria quando repetida inúmeras vezes. Eu te amo, eu te amo, eu te amo... chega uma hora que vira meramente linguagem fática, não? como quando você repete seqüencialmente a palavra casebre; depois de um tempo o sentido em si some da sua mente e fica só um agrupamento de sons. o resto do poema eu não lembro de cor, discorre toda uma teoria de que ele só teria certeza de ser amado se a sua amante ficasse falando o tempo todo que o amava, é claro que com as palavras de Drummond tudo adquire um floreio, mas é basicamente isso. será que as pessoas realmente precisam tanto assim dessas palavras para crerem num sentimento? eu tenho medo de pensar isso.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Eu realmente não entendo a poesia que existe em São Paulo, acho que a cidade é tão feia, tão poluída (de todas as formas), tão "gasta" e tão assustadora que as pessoas se vêem obrigadas a achar algo de belo no meio disso tudo. Acho que vou morrer sem gostar dessa cidade, se depender de mim nunca mais respiro aquela fumaça densa que vai adentrando os pulmões quase sem vida - e olha que eu fumo.
As pichações, o MASP, Ibirapuera, as "melhores baladas", o sotaque irritante, o pão com mortadela, a Paulista; por mim explodiria tudo e começaria tudo do zero, de volta ao batidão de terra. A única coisa que me interessa em São Paulo são as estradas rumo às praias - que, para quem conhece o Nordeste, parecem piada.
Link da foto: www.fotolog.com/playgroundlover
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Ultimamente tenho tudo uma vontade incontrolável de conhecer o mundo coincidindo com o meu desejo de casar, eu não poderia deixar de ser contraditória nunca. Eu não consigo parar de pensar naquele cartão-postal: ”esse mundo é muito grande para ficarmos num só lugar”. É, há muitas opções. Diante de tudo eu tenho duas hipóteses: espero me estabilizar na vida para poder fazer uma viagem confortável ou encaro um mochilão de verdade logo após formar.
Eu estudei por pelo menos 18 anos da minha vida para ter um canudo em minhas mãos; no começo era um simples objeto que simbolizava uma troca de “tia”, uma noite de festa e o começa das férias. Os anos passaram e o canudo passou a simbolizar uma independência embalada que se soltaria e seria minha maior posse (única até então) num simples estalar de dedos. Quanto mais penso do fim da minha faculdade me vem a certeza de que essa “liberdade” sempre estará bem longe de mim, a diferença é que à medida que os anos me devoram, ela se encontra em mãos diferentes. Poderia me enganar com pequenas conquistas: roupas caras, carros, uma cobertura em frente a praia, baladas caras e extremamente disputadas; o problema é a falta de encanto – e até banalidade – que vejo nisso tudo. O meu grande sonho era ter esse tipo de ambição, ser “alguém na vida”, a pessoa com quem você não tem nem idéia de quem seja enquanto me desacata, a dona da empresa, do bairro, de tudo – acredito que quando se é megalomaníaco assim, não há espaço para tristezas ou vazio.
É claro que eu posso muito bem parar de ser radical e sentar minha bunda numa cadeira esperando minhas ridículas férias, ano após ano, até chegar a tão almejada aposentadoria. Com o dinheiro dos meus anos de trabalho posso finalmente conhecer os lugares que ainda estarão lá, eu espero; resta-me torcer para que o ânimo não tenha se esvaído após tanto tempo de descrença, contas, impostos, cansaço. Quem sabe eu me torne uma velha amarga e cheia de dinheiro por não ter com o que gastar, o meu fim talvez chegue com um pôr-do-sol tranqüilo acompanhado de um daiquiri no deck do Café del Mar.
Na realidade o nosso sistema de viver nunca fez sentido nenhum na minha cabeça, a única solução seria passar de lugar em lugar para não ser obrigada a me encaixar em nenhum.