terça-feira, 25 de setembro de 2007

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
(...)

Carlos Drummond de Andrade - Quero


sou obrigada a discordar do Drummond nesse poema, não consigo sequer imaginar o quão banal essa frase seria quando repetida inúmeras vezes. Eu te amo, eu te amo, eu te amo... chega uma hora que vira meramente linguagem fática, não? como quando você repete seqüencialmente a palavra casebre; depois de um tempo o sentido em si some da sua mente e fica só um agrupamento de sons. o resto do poema eu não lembro de cor, discorre toda uma teoria de que ele só teria certeza de ser amado se a sua amante ficasse falando o tempo todo que o amava, é claro que com as palavras de Drummond tudo adquire um floreio, mas é basicamente isso. será que as pessoas realmente precisam tanto assim dessas palavras para crerem num sentimento? eu tenho medo de pensar isso.
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