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eu queria recuperar aquele olhar inocente de sabe-se lá quando, queria acreditar em amor sincero, fiel, profundo e infindo. eu queria ouvir Vinícius ou Tom sem o cinismo que vejo hoje; talvez o Edinho esteja certo, talvez a literatura (não mais que a própria vida) estrague as pessoas, assim como as pessoas tendem a estragar a literatura. não, o que eu tava falando não tem nada a ver com literatura, era sobre amor e esperança que eu falava - ou era sobre literatura? foi Anaïs que me estragou? Miller? Bukowski, Leminski, Fernando Abreu? foram eles ou as pessoas que eu resolvi amar por conseqüência deles? vix...
enfim, eu queria recuperar aquele olhar. lembra? aquele olhar de quando duas pessoas se conhecem e há uma confiança mútua de que tudo irá dar certo, no matter what. eu queria ser aquela pessoa, aquela mulher com o avental úmido a olhar pela janela - a paisagem mista com o céu azul, o mar ao fundo, os passarinhos... é, eu queria ser a mulher na soleira da porta, a mulher que esquenta a cama enquanto o marido está fora, vai rezando para que tudo se ajeite. aí, sequer em Deus eu acredito. putz, tô muito longe de ser essa mulher. mas eu queria ser, conta?
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Um comentário:
lembrei de "a rosa púrpura do cairo" lendo todos esses ideais utopicos.
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