sexta-feira, 13 de junho de 2008

eu sei que o dia dos namorados já passou, mas...

“(...) Se eu a tinha amado conhecendo seus defeitos – assim como fumamos como demônios satisfeitos, afastando o pensamento do câncer de pulmão, ainda a décadas de distância, no futuro, eu a amei sabendo que Patty Lareine poderia ser minha desgraça na curva de uma noite traiçoeira-, contudo eu a adorei. Quem sabe? O amor talvez nos ensine a transcender nossos piores defeitos. Isso foi há alguns anos. Agora, no último ano, mais talvez, estávamos tentando deixar o vício que nos unia. Os desagrados íntimos cresceram de estação em estação, até arrancarem todos os canteiros do bom humor. Cheguei a detestá-la tanto quanto ao meu primeiro cigarro matinal. Que finalmente eu havia abandonado. Depois de 12 anos, afinal me sentia livre do maior vício da minha vida. Isto é, até a noite em que ela se foi. Nessa noite descobri que minha mulher era um vício muito maior.”

eu não poderia nunca citar um Vinícius ou algo do tipo porque iria até parecer piegas comparado à minha real vida amorosa, até acho um pouco cômico quando leio essas coisas enchardas de mel.

ah, o grifo é de Os Machões não Dançam - Norman Mailer

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